terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Marília homenageia vereadores cassados pela Ditadura Militar‏

“Temos a obrigação de consolidar esta democracia ainda tão jovem, e garantir que as atrocidades pelas quais passou o nosso país nunca mais aconteçam. Me sinto honrada de, após ter sido reeleita pelo voto popular, poder devolver, ainda que simbolicamente, mandatos dos vereadores que, assim como eu, foram trazidos para estes lugares pelo povo do Recife”.

As palavras são da vereadora do Recife Marília Arraes (PSB) que realizou, na manhã desta segunda-feira (10) no Plenário da Casa José Mariano, uma Sessão solene em homenagem ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. Os seis parlamentares cassados pela Ditadura Militar (64-85) foram homenageados com o descerramento de uma placa lembrando os nomes de cada um.

Escolhido para discursar representando os vereadores cassados, João Bosco Tenório aproveitou o encontro para esclarecer fatos que até hoje compõem a sua biografia. “Eu nunca fui comunista, nunca fui preso. Sempre fui o que sou hoje, embora isso conste no arquivo nacional. Esta é uma realidade que a Comissão Estadual da Verdade tem que enfrentar para que não gere informação política antidemocrática”, destacou.

Durante a solenidade, Marília pediu à Comissão Estadual da Memória e Verdade investigações sobre a deposição do governador Miguel Arraes em 1964 e a morte dos dois líderes estudantis, Ivan Rocha Aguiar e Jonas José de Albuquerque. Ambos teriam sido assassinados após saírem de uma passeata contra o golpe militar e a prisão de Arraes.

“Na petição que estamos entregando, estamos sugerindo ao Governo do Estado que instale, no prédio onde funcionou o extinto Departamento de Ordem Policial e Social – DOPS, um “Espaço Memória” para a celebração constante da verdade história”, destacou Marília.

Moradora de Toritama, localizado a 166 km do Recife, Genivalda Melo da Silva, 69, mais conhecida como “Geni”, não consegue apagar da memória as marcas da ditadura. “Quando cheguei ao Recife e passei pelo DOPS, revivi tudo o que passei aqui, foi terrível. Além de tudo, meu marido, José Manuel foi morto aos 33 anos por esse regime”, contou emocionada.

Homenageados - João Bosco Tenório Galvão; Ivan Gonçalves Cidreira (in memoriam); Alfredo Francisco da Silva (in memoriam); Felício Coelho de Medeiros (in memoriam)
Jarbas de Holanda Pereira; Luiz Sebastião Cavalcanti (in memoriam).

Nenhum comentário: