terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mantega reafirma necessidade de promover novo arranjo macroeconômico no Brasil

Questionado pelo senador Armando Monteiro, ministro da Fazenda concordou que País deve reduzir juros para investir mais em áreas como infraestrutura

Em audiência promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (23), o ministro da Fazenda Guido Mantega falou sobre a crise financeira internacional e sobre um conjunto de medidas adotadas pelo governo para uma nova política industrial e de comércio exterior.

Questionado pelo senador Armando Monteiro sobre a necessidade de se produzir um novo arranjo macroeconômico, de modo a valorizar a política fiscal e contribuir para que o Brasil tenha uma taxa de juros mais baixa, o ministro da Fazenda antecipou que já está sob análise do Governo Federal um conjunto de medidas para readequar o espaço fiscal do país.

“Temos total acordo, senador Armando, quanto ao novo arranjo macroeconômico que deve ser feito no Brasil para eliminar uma velha anomalia que foi criada no período inflacionário. Não podemos pagar mais de 6% do PIB com serviço da dívida pública”, afirmou Mantega. O Ministro concordou com Armando Monteiro sobre a necessidade de se eliminar certas “distorções” na política econômica que impedem o crescimento do país a taxas mais elevadas, inibindo inclusive investimentos em infraestrutura.

Outro aspecto abordado por Armando Monteiro diz respeito ao processo de desindexação da economia brasileira. Em sua opinião, o país teve a oportunidade de fazer esse processo no período em que as expectativas inflacionárias estavam ancoradas numa taxa de inflação mais baixa – o que acabou não acontecendo. Para ele, essa medida (desindexar a economia) é essencial por também contribuir no combate à inflação.

Mantega explicou que a indexação foi uma ferramenta utilizada no período de instabilidade econômica do país, que acabou se tornando uma prática ‘habitual’ e, por essa razão, desindexar a economia é uma tarefa difícil. “A desindexação é uma tarefa difícil de fazer. Quando o Brasil evoluiu com o Plano Real para um regime de inflação muito baixa, naquela época também ficaram as desconfianças. Por essa razão o governo teve que indexar, pois existia a insegurança de que seria possível voltar o período inflacionário. Hoje estamos em condições de desindexar e estamos fazendo por etapas. Começamos pelo campo da energia elétrica. Nos contratos que vencem, por exemplo, já trocamos os indexadores. Temos que fazer muito mais. E sem dúvida esse é um grande desafio que o governo tem pela frente”, comentou.

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