Texto enviado por Sálvio Siqueira*
Ao vermos o prazo final dos partidos políticos inscreverem seus filiados para o pleito eleitoral 2012, fica claro e nítido a dança das cadeiras desenfreadas organizadas pelos futuros candidatos nas próximas eleições.
Saber o motivo individual de tanta mudança é quase uma missão impossível, porém saber em principio qual a finalidade de uma mudança ideológica a uma semana do prazo final para inscrições é tarefa não das mais difíceis. Fica claro que estas mudanças são na sua grande maioria para alcançar anseios individuas na política, a política hoje é algo tão profissionalizado e tão cobiçado que as regras da briga por um lugar como representante do partido nas próximas eleições chega a ser comparado as regras de um MMA, ou seja um vale – tudo, cada um que briga de sua forma com suas armas e articulações tudo com a finalidade de se tornar o Chefe maior do poder executivo de sua cidade.
Tendo como plano de fundo este introdutório venho a perguntar, Partido Político ainda existe? Ou será mero cumprimento das formalidades e burocracias eleitorais impostas por alguém que até hoje ninguém sabe sua finalidade, pois este troca-troca de partido as vésperas da eleição mostra o quanto esta figura tão importante na historia da política é banalizada e demonstra hoje não ter nenhum valor ideológico pois é conivente com políticos sem identidade social apenas agregados a interesses particulares de chegar ao poder.
O partido político na sua essência é muito mais do que mera formalidade eleitoral, representa historicamente ideologias e formas de pensamentos, significam tomar partido de algo, não apenas ter um belo nome e estar registrado em alguma justiça eleitoral. Como não lembrar na revolução Francesa dos Jacobinos e os Girondinos, na grandiosa revolução Russa dos Bolcheviques e os Mencheviques e nos EUA com os tradicionais e os únicos partidos Democrático e Republicanos, são todos partidos que tinham representatividades, ideologias, formas de pensamentos, e filiados que lutavam até a morte em defesa de suas políticas, diferente do que acontece hoje no Brasil que os partidos nada têm de nada, apenas se passam por meras letras do alfabeto como se aquilo tivesse alguma representatividade.
Ninguém tem mais ideologia ou pensa em política com esta premissa, na qual meus companheiros ideológicos de partido escolheram o melhor e mais capacitado a se candidatar e executar nossos pensamentos no governo, hoje se pensa sempre no imperadorismo, parecido no que existia em Roma, ou eu sou o imperador ou ninguém mais será, porém em Roma era justificado, pois o imperador tinha em mãos todo o poder do mundo além de cuidar de todo os imposto como quisesse, mais e hoje, será que os políticos podem pensar desta forma? Será que vale tanto a pena assim? Com certeza deve valer a pena, tanto é que os de esquerda viram de direita assim como os de direita viram de esquerda, tudo isso ocorre por essa má formação política do pluripartidarismo que deixa políticos sem vinculo nenhum com ideologia se candidatarem “a esquerda e a direita”, então pergunto de novo: Partido político, ainda existe?
*Salvio Siqueira é Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPR
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