Integrando a capacidade de trabalho das famílias ao processo de produção
e comercialização de uvas, no Sertão do São Francisco, o assentamento Malhada
Real, em Lagoa Grande, destaca-se como um projeto bem sucedido em
associativismo produtivo. As 14 famílias assentadas, pelo Instituto de Terras e
Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), compreenderam a importância de se
organizar em associação e já tiveram acesso a algumas políticas públicas que
impulsionam suas atividades.
Para o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson
Ramos, a organização das famílias é de fundamental importância para incentivar
a participação da população na tomada de decisões, tornando a associação um
espaço produtivo e democrático. “Experiências de sucesso como essa, muito nos
animam e nos aproximam cada vez mais para estabelecermos parcerias, pois a
organização do povo é o primeiro passo para o acesso às políticas públicas
governamentais”, ressaltou .
São cinco hectares de uva em produção das variedades - Itália, Beni
Taque Brasil e Red Globe. A colheita é realizada duas vezes ao ano, com
produtividade média de 50 toneladas por hectare. De acordo com o presidente da
Associação Comunitária dos Produtores de Malhada Real, Cristiano Lopes, o
projeto se desenvolveu de tal forma que, apesar da participação de todas as
famílias envolvidas, foi necessário ampliar a força de trabalho, com a
terceirização dos serviços.
Com uma receita líquida anual de R$ 240 mil, o presidente afirmou ter
construído parte da infraestrutura do projeto, a exemplo da sede da associação,
com área social e de lazer, galpão para o armazenamento dos materiais e
máquinas adquiridos em parceria com o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor
Rural (Prorural), além da aquisição de 220 cabeças de caprinos e ovinos, para
integração lavoura pecuária. Informou, ainda, que 50% dos assentados já possuem
seu próprio meio de transporte.
Em recente visita ao Malhada Real, o secretário de Agricultura e Reforma
Agrária (Sara), Ranilson Ramos, encaminhou algumas reivindicações como a
autorização do estudo para elaboração do projeto executivo de irrigação
comunitária com tecnologia moderna (aspersão e ou gotejamento); ampliação da área
para até 28 hectares – 02 ha por família – e, ainda, a melhoria do sistema de
abastecimento d´água, por meio do “ Programa Água para Todos”.
Segundo
a coordenadora do programa Nacional de Crédito Fundiário do Iterpe, Andrea
Connolly, a Associação encontra-se adimplente com os agentes financeiros e já
está providenciando a sua certificação para a exportação da uva.
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